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Olá, tudo bem? Hoje falaremos um pouco sobre a Resposta do Réu (Contestação) para o concurso dos Correios.
Trata-se de tema de grande relevância no estudo do Direito Processual, razão pela qual faremos referência aos dispositivos do Código de Processo Civil (CPC) que tratam do assunto.
Vamos ao que interessa!
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Resposta do Réu (Contestação) para os Correios
Formação do processo e suas fases
Quando falamos em resposta do réu (contestação), estamos nos referindo a uma das fases mais importantes do Processo Civil brasileiro.
Como sabemos, uma ação se considera proposta a partir do momento em que sua petição inicial (peça inaugural da ação) é protocolada.
Entretanto, o artigo 312 do CPC dispõe para nós que, a propositura da ação somente produz efeito quanto ao réu a partir do momento em que ele for validamente citado. Os efeitos mencionados estão no artigo 240 do CPC:
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) .
Feita essa breve introdução, vamos abordar a contestação em si.
Conceito de contestação
Uma vez protocolada a petição inicial e citado o réu de forma válida acerca da existência daquela demanda ajuizada em seu desfavor, abrir-se-á prazo para defesa.
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Essa defesa, na qual o réu deve rebater os argumentos do autor, negando-lhes ou apresentando fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (art. 373, II, CPC), é chamada de contestação.
Prazo para oferecer contestação
A contestação deverá ser oferecida no prazo de 15 dias.
Esse prazo, no entanto, pode iniciar em diferentes momentos, como dispõe o artigo 335 do CPC:
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I ;
III – prevista no art. 231 , de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º , o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II , havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.
Portanto, note que o começo (termo inicial) do prazo de 15 dias para contestar irá variar de acordo com o deslinde processual, isto é, se houve audiência de conciliação naquele processo; se houve marcação da audiência mas cancelamento; ou na forma do artigo 231 do CPC, que apresenta 09 incisos com diferentes marcos temporais.
Recomenda-se fortemente a leitura do artigo 231 do CPC, haja vista sua importância para o assunto aqui tratado. Destaque para o inciso IX, incluído em 2021.
Princípio da eventualidade ou da concentração da defesa
O artigo 336 do CPC dispõe que o réu tem a incumbência (o dever) de alegar, em sua contestação, TODA a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
Isso porque a contestação é o primeiro momento processual que o réu tem para se manifestar nos autos e, já de início, deverá abordar tudo aquilo que acha necessário para poder se defender durante todo o processo.
→ Mas e se o réu não alegar? Ele pode alegar depois?
Em regra, não. É por isso que na contestação vigora o chamado princípio da concentração da defesa, o que significa dizer que, se não alegar tudo que acha necessário naquele momento, NÃO poderá alegar mais nada diferente durante o resto do processo.
É até com base nessa ideia que essa regra também é conhecida como princípio da eventualidade. Ou seja: o réu pode iniciar sua contestação alegando que o autor não possui direito; mas também deve, sob pena de perder a chance para tanto – preclusão -, fazer alegações subsidiárias tais como: “no caso de o Juízo admitir a existência do direito do autor, a parte ré pede para que não seja condenada em honorários”.
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→ Mas por que você disse “em regra, não”? Em algum caso o réu pode alegar matéria defensiva após a contestação?
Sim. O artigo 342 do CPC dispõe que, após a contestação, o réu poderá deduzir novas alegações quando:
I – relativas a direito ou a fato superveniente;
II – competir ao juiz conhecer delas de ofício;
III – por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição.
Ônus da impugnação específica e a presunção de veracidade
Falamos acima que o réu deve rebater, desde a contestação, as alegações do autor, sob pena de não o poder fazer (salvo nos casos do art. 342) em momento posterior, certo?
E o que acontece se ele não rebater as alegações, ou rebater apenas algumas? O artigo 341 do CPC responde para nós:
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, SALVO se:
I – não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato;
III – estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
Portanto, aquilo que não for rebatido/impugnado pelo réu vai ser considerado verdade pelo juiz da causa, exceto as matérias arroladas nos incisos I a III acima.
O réu, portanto, deve se manifestar precisamente sobre as alegações. É por isso que se chama esse dever processual de ônus da impugnação específica (ou especificada).
Todavia, o ônus da impugnação específica dos fatos NÃO se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial (parágrafo único do art. 341 do CPC).
Conclusão
Portanto, pessoal, esse foi nosso resumo sobre a Resposta do Réu (Contestação) para o concurso dos Correios.
Considerando que não esgotamos aqui a temática, não deixe de revisar em seu material de estudo e praticar com diversas questões.
Até a próxima!
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