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Vamos retomar hoje os temas de Gestão e Governança de TI com um programa bem conhecido pelas empresas brasileiras: Melhoria de Processo do Software Brasileiro (MPS.BR).

Embora seja análogo ao Capability Maturity Model Integration (CMMI), você verá que o MPS.BR é relativamente mais simples e acessível. Olhando pelo lado positivo, isso facilita os seus estudos, porque o conteúdo cobrado pelas bancas é mais enxuto. Aliás, veja agora o roteiro de hoje:

  • O que é o MPS.BR?
  • Etapas de Avaliação das Empresas
  • Modelos de Referência MPS.BR
  • Processos de Projeto e Organizacionais
  • Níveis de Maturidade
  • Capacidades do Processo
  • Quadro Esquematizado MPS.BR

Recomendamos a leitura aos concurseiros da área de TI, principalmente aos que estudam para a área de Controle. Porém, se você não faz parte desse grupo e deseja continuar, fique à vontade, pois você é sempre bem-vindo por aqui.

Preparamos um artigo curtinho e esquematizado, para otimizar bastante o seu estudo para concursos. Além de comprometido e dedicado, você é um ser humano extremamente ocupado e não pode perder tempo de jeito nenhum. Portanto, mãos à obra e vamos lá!

Tempo de leitura aproximada: 5 a 10 minutos

Primeiramente, o MPS.BR é um programa da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), apoiado pelo governo federal, que visa aumentar a competividade das organizações pela melhoria de seus processos.

Você Sabia? De maneira objetiva, o MPS.BR é uma espécie de versão brasileira do CMMI. Embora qualquer empresa possa adotá-lo, ele é mais focado para micro, pequenas e médias empresas, por causa do fator custo (grandes empresas buscam o CMMI).

A avaliação das empresas ocorre por meio de 4 passos, segundo o site da Softex:

Ou seja, as empresas implementam o modelo MPS.BR internamente e depois convocam uma instituição habilitada pela Softex para avaliar a implementação que foi feita. Após a avaliação, o resultado é publicado.

O MPS.BR é composto por 3 modelos de referência: MPS-RH (Gestão de Pessoas), MPS-SV (Serviços) e MPS-SW (Software). Cada modelo é específico para um conjunto de processos da organização.

No nosso contexto, como você pode imaginar, vamos tratar de processos de desenvolvimento de software. Sendo assim, o foco será o modelo de referência MPS-SW. Aliás, esse é o “forte” do MPS.BR.

Momento Curiosidade: O artigo foi baseado no Guia Geral MPS de Software:2023. Se estiver com tempo sobrando (quem sabe?), recomendamos uma breve leitura do documento, que possui menos de 50 páginas (https://softex.br/download/guia-geral-mps-de-software2023/).

Conforme explicamos anteriormente, uma empresa é avaliada a partir dos resultados dos seus processos. Para isso, o MPS-SW considera 12 processos, divididos em duas categorias: processos de projeto (5) e organizacionais (7).

Segue um breve resumo de cada um processos:

1)Gerência de Projetos: estabelece e mantém atualizados planos que definam as atividades, recursos, riscos, prazos e responsabilidades do projeto.

2)Engenharia de Requisitos: define, gerencia e mantém atualizados os requisitos das partes interessadas e do produto, garantindo que inconsistências sejam identificadas e tratadas.

3)Projeto e Construção do Produto: projeta, desenvolve e implementa soluções para atender aos requisitos.

4)Integração do Produto: monta os componentes do produto conforme a estratégia definida, produzindo um produto integrado consistente com seu projeto (design) e seus requisitos.

5)Verificação e Validação: confirma que os produtos de trabalho selecionados atendem aos requisitos especificados, pela execução de testes e revisão por pares, e que um produto ou componente do produto atenderá a seu uso pretendido quando colocado no ambiente operacional.

1)Gerência de Recursos Humanos: provê os recursos humanos necessários e mantém suas competências adequadas às necessidades do negócio.

2)Gerência de Configuração: estabelece e mantém a integridade de produtos de trabalho, além de disponibilizá-los a todos os envolvidos.

3)Gerência Organizacional: fornece instrumentos para apoiar e provê um alinhamento entre os objetivos de negócio, os processos, os recursos e os projetos da organização.

4)Gerência de Processos: estabelece, mantém atualizado, identifica e realiza melhorias em um conjunto de processo da organização e padrões do ambiente de trabalho usáveis e aplicáveis às necessidades de negócio.

5)Medição: coleta, armazena, analisa e relata dados objetivos relacionados aos produtos desenvolvidos e aos processos implementados, de forma a apoiar os objetivos organizacionais.

6)Aquisição: gerencia a aquisição de produtos que satisfaçam às necessidades expressas pelo adquirente.

7)Gerência de Decisões: analisa possíveis decisões críticas usando um processo formal, com critérios estabelecidos, para avaliação das alternativas identificadas.

Concurseiro, chegamos na parte mais importante do artigo. Se você gosta de carne, encare esta seção como o filet mignon. Vamos falar finalmente dos níveis de maturidade. Olhe bem para a figura abaixo.

O MPS-SW compõe-se de 7 níveis de maturidade, que variam de G até A. O nível mais baixo (G) representa pouca maturidade nos processos, enquanto o nível mais alto (A) representa maturidade elevada. Os processos são os mencionados na seção anterior.

Observe que os processos aparecem embaixo de cada nível. Isso indica que, para atingir um determinado nível de maturidade, a empresa precisa cumprir os processos respectivos de seu nível (aqueles que estão embaixo), além de cumprir todos os processos de níveis anteriores.

Exemplo: Caso a empresa deseje obter o nível de maturidade C – Totalmente Definido, deverá implementar os processos Gerência de Decisões, Medição, Aquisição e Gerência Organizacional (os 3 últimos em suas versões evoluídas), além dos processos dos níveis D, E, F e G.

Caso você tenha dificuldades de absorver o conteúdo do MPS.BR após a leitura deste artigo, tente decorar pelo menos a figura dos níveis de maturidade. Não vá para a prova sem isso.

A capacidade do processo caracteriza o quanto ele é capaz de alcançar os objetivos. Está relacionada à execução dos processos e aos resultados esperados de cada nível. Assim, à medida que a organização evolui nos níveis de maturidade, evolui o nível de capacidade de execução dos processos.

Por uma questão estratégica, optamos por apresentar o quadro abaixo na ordem invertida do Guia, mantendo o nível G na base e o nível A no topo. Além disso, decidimos simplificá-lo para facilitar o processo de memorização.

NÍVEL PROCESSO CAPACIDADE
A Todos os processos de todos os níveis CP-A
B Gerência de Projetos (evolução) CP-B
  Medição (evolução)  
  Aquisição (evolução)  
  Gerência de Processos (evolução)  
  Gerência Organizacional (evolução)  
  Demais processos dos níveis C, D, E, F e G  
C Gerência de Decisões CP-E/D/C
  Medição (evolução)  
  Aquisição (evolução)  
  Gerência Organizacional (evolução)  
  Demais processos dos níveis D, E, F e G  
D Gerência de Projetos (evolução) CP-E/D/C
  Engenharia de Requisitos (evolução)  
  Projeto e Construção do Produto  
  Integração do Produto  
  Verificação e Validação  
  Demais processos dos níveis E, F e G  
E Gerência de Recursos Humanos CP-E/D/C
  Gerência de Processos (evolução)  
  Gerência Organizacional (evolução)  
  Demais processos dos níveis F e G  
F Gerência de Configuração CP-F
  Medição  
  Aquisição  
  Gerência de Processos  
  Gerência Organizacional  
  Demais processos do nível G  
G Gerência de Projetos CP-G
  Engenharia de Requisitos  
Tabela 1 – Resumo dos Níveis, Processos e Capacidade de Processo.

Por fim, para consolidar os conhecimentos deste artigo, preparamos um quadro esquematizado exclusivo. Sabemos que a imagem ficou pequena, mas experimente baixar e dar um zoom para ampliar a visualização.

Figura 4 – Mapa Mental de MPS.BR.

Chegamos ao fim do artigo de hoje. Se você ficou conosco até agora, teve a oportunidade de conhecer os principais pontos do MPS.BR, o modelo de referência que visa apoiar o desenvolvimento de software brasileiro.

Não deixe de ler também o artigo que preparamos recentemente sobre CMMI, pois ele pode trazer uma visão complementar aos seus estudos. Segue o link: https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/governanca-ti-veia-cmmi-v3/.

Recomendamos também que busque o nosso material para aprofundar o conteúdo ou tirar dúvidas específicas. O Estratégia oferece cursos em pdf, videoaulas e áudios para você estudar como quiser. Saiba mais no link http://www.estrategiaconcursos.com.br/cursos/.

Por fim, faça muitas questões para treinar os tópicos apresentados. O acesso ao Sistema de Questões do Estratégia Concursos é feito pelo link: https://concursos.estrategia.com/.

Bons estudos e até a próxima!

Cristiane Selem Ferreira Neves é Bacharel em Ciência da Computação e Mestre em Sistemas de Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de possuir a certificação Project Management Professional pelo Project Management Institute (PMI). Já foi aprovada nos seguintes concursos: ITERJ (2012), DATAPREV (2012), VALEC (2012), Rioprevidência (2012/2013), TJ-RJ (2022), TCE-RJ (2022) e CGE-SC (2022/2023). Atualmente exerce o cargo efetivo de Auditora de Controle Externo – Tecnologia da Informação e integra o corpo docente da Escola de Contas de Gestão do TCE-RJ, além de ser produtora de conteúdo dos Blogs do Estratégia Concursos, OAB e Carreiras Jurídicas.

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