Fique por dentro – Recursos de Discursivas: Orientações para Elaboração.

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Você sabe que dia é hoje? Aliás, vamos reformular a questão: você sabe que artigo é esse? Concurseiro, este é o 100º. artigo produzido pela nossa equipe do Blog do Estratégia Concursos. Para celebrar este momento, vamos passar algumas orientações para elaboração de recursos de discursivas.  

Esse tema é raríssimo de ser visto em materiais gratuitos. Normalmente, o recurso para discursiva é um serviço cobrado à parte pelos principais cursos. Porém, hoje decidimos acabar com esse tabu e vamos abrir o jogo para você. Veja o que teremos pela frente:

  • Espelho de Avaliação
  • Quando Entrar com Recursos em Provas Discursivas?
  • Hora da Verdade: Dicas para Elaboração de Recursos
  • Exemplo Completo

A leitura é recomendada a todos os concurseiros que realizaram ou que pretendem realizar provas discursivas em algum momento da jornada (principalmente aos que possuem dificuldades em contratar um recurso pago). Vamos destacar exemplos, mas não há restrição de banca ou carreira.

Como sempre, a proposta é sintetizar tudo em um artigo reduzido, de leitura fácil e rápida. Você vai gastar poucos minutos do seu dia e pegar várias dicas úteis. Mesmo que não precise elaborar um recurso agora, você poderá salvar este conteúdo e voltar em momento oportuno. Chega de papo e vamos lá.

Tempo de leitura aproximada: 5 a 10 minutos

O primeiro passo antes de elaborar o recurso é analisar o espelho de avaliação. De forma simples, o espelho de avaliação é a correção da banca para a prova discursiva. Ou seja, o examinador analisa as questões da sua prova e atribui uma nota para cada critério.

Normalmente, os critérios estão descritos no Edital do concurso público. As bancas costumam separar a avaliação do conteúdo propriamente dito da avaliação da sua capacidade de escrita. São duas coisas diferentes: você pode saber escrever bem, mas não entender nada do assunto (e vice-versa).

Não ache que ambos tenham o mesmo peso. Isso até pode acontecer, mas não é o mais comum. Geralmente, conhecer o conteúdo costuma ter um peso maior do que a habilidade de escrita (principalmente se estamos falando de provas de nível mais alto, com bancas mais tradicionais).

Veja um exemplo de espelho de avaliação de uma questão de uma prova de Tecnologia da Informação (TI). Dos 20 pontos, apenas 1 é destinado à apresentação do texto. O restante (19 pontos) é destinado ao desenvolvimento do tema. Observe como a pontuação é discriminada.

Figura 1 – Exemplo de Espelho de Avaliação da Banca Cebraspe/Cespe.

Após analisar o espelho de avaliação, você precisa decidir se vale a pena ou não entrar com o recurso. Isso é extremamente delicado, pois alguns concurseiros tendem a pedir majoração da nota para tudo, sem uma estratégia. É importante ser realista e ter bom senso nessa hora.

Se você está bem próximo da pontuação máxima do critério, dificilmente o examinador da banca irá aumentar a nota. Para gabaritar o quesito (se é esse o seu objetivo), você precisaria ter feito uma questão perfeita, sem nenhuma falha, abordando todos os aspectos esperados.  

As chances são maiores quando você recebe uma pontuação mais baixa (por exemplo, nota 2 de um total de 8 pontos). Porém, isso não é o suficiente. A sua questão precisa ter uma fundamentação para ser explorada no recurso. Não adianta buscar os pontos restantes se você só escreveu 3 linhas.

Caso você julgue que vale a pena entrar com o recurso, chegou a hora de elaborá-lo. Parece complicado, mas verá que não é. Vamos apresentar algumas dicas para você elaborar o texto sozinho, sem depender da ajuda de ninguém. 

Dica 1: Formalidade

Textos de recursos precisam ser formais. O nível de formalidade é o mesmo usado para fazer a prova, com linguagem culta. Evite gírias e abreviações de pronomes de tratamento.   

Dica 2: Objetividade

Essa é uma dica que divide opiniões. Muitos professores bons recomendam um recurso mais longo, mas nem todos concordam com isso. Elabore um recurso aprofundado, sem “encher linguiça”. Às vezes, você não precisa escrever muito para dar o recado (veja o exemplo dos nossos artigos).

Figura 2 – Trecho Hipotético Formal e Objetivo de um Recurso em Prova Discursiva.

Dica 3: Referências

Caso seu recurso seja sobre uma avaliação de conteúdo, é importante que você utilize referências para embasar a explicação (preferencialmente, referências conhecidas). Você vai mostrar ao examinador que sabe do que está falando (e conhece quem sabe também).

Dica 4: Apontamento das Linhas

Nos últimos anos, vários concurseiros têm obtido sucesso com o apontamento das linhas. Assim, se você colocou a resposta em alguma parte do texto, indique o número da linha em que ela está. O examinador possui centenas de provas para corrigir e isso poupará seu tempo.

Dica 5: Espelho de Resposta

Você pode mencionar o espelho de resposta, que é o padrão de correção da banca, no recurso. Isso não é proibido. A estratégia é olhar o espelho e tentar confrontar com o que você escreveu.

Figura 3 – Trecho Hipotético com Referência, Apontamento de Linha e Menção ao Espelho de Resposta de um Recurso em Prova Discursiva.

Dica 6: Trato com Examinador

O examinador precisa ser tratado com respeito. Não é o momento de discutir com ele, mesmo que não concorde com a avaliação da sua questão. Precisa argumentar com jeito. Lembre-se: você precisa dele para conseguir aumentar a sua nota (e não o contrário).

Dica 7: “Quanto Vale o Show?

Muitas vezes, você faz um recurso com uma expectativa de majoração de nota, mas o examinador concede um valor abaixo. Como diz a música, “quem não chora, não mama”. Diga quanto gostaria de ganhar, mas tome cuidado para não pedir além do que você merece. Seja realista.  

Figura 4 – Trecho Hipotético Respeitoso com Pedido de Majoração de Nota de um Recurso em Prova Discursiva.

Momento Curiosidade: Após a análise do recurso, os examinadores das bancas não costumam reduzir as notas concedidas inicialmente. Assim, na pior das hipóteses, você permanecerá com a mesma nota.

Mesmo com as tendências apresentadas, nada é garantido. Os examinadores das bancas são totalmente imprevisíveis. O melhor mesmo é tentar se garantir na hora da prova e não contar com o recurso, que pode virar uma loteria.

Para fechar o artigo de hoje, elaboramos um exemplo completo de recurso, a partir de uma situação hipotética. Como este artigo serve para qualquer concurseiro, escolhemos um tópico de Direito Constitucional, que é uma disciplina de conhecimento da maioria das pessoas.

Situação Hipotética: A questão pediu para citar 3 princípios da República Federativa do Brasil. O espelho de resposta apresentou 3 exemplos contidos na Constituição de 1988. O candidato mencionou os princípios, mas apenas dois deles estavam corretos. O examinador avaliou com nota 0.  

De acordo com as explicações apresentadas, veja como seria o recurso, na íntegra:

Figura 5 – Exemplo Completo para uma Questão de Direito Constitucional.

Escrever um recurso não é como escrever uma receita de bolo. Ou seja, a forma de elaborá-lo varia de profissional para profissional. O exemplo que você viu é o nosso estilo de fazer o recurso. Mas repare que ele abrange os pontos que falamos na seção anterior.

No artigo de hoje, falamos sobre várias dicas de elaboração de recursos de discursivas. Se você achou o conteúdo produtivo e conhece alguém que precise das orientações mencionadas, não deixe de compartilhar o conteúdo.

Leia também o artigo que elaboramos sobre formatos de prova discursiva. Essa publicação é uma das recordistas, com mais de 35 mil visualizações. Segue o link: https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/formatos-prova-discursiva-cobrados-bancas/.

Lembramos que o Estratégia oferece cursos em pdf, videoaulas e áudios para você estudar como quiser. Saiba mais no link http://www.estrategiaconcursos.com.br/cursos/.

Por fim, faça muitas questões para treinar o aprendizado. O acesso ao Sistema de Questões do Estratégia Concursos é feito pelo link: https://concursos.estrategia.com/.

Bons estudos e até a próxima!

Cristiane Selem Ferreira Neves é Bacharel em Ciência da Computação e Mestre em Sistemas de Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de possuir a certificação Project Management Professional pelo Project Management Institute (PMI). Já foi aprovada nos seguintes concursos: ITERJ (2012), DATAPREV (2012), VALEC (2012), Rioprevidência (2012/2013), TJ-RJ (2022), TCE-RJ (2022) e CGE-SC (2022/2023). Atualmente exerce o cargo efetivo de Auditora de Controle Externo – Tecnologia da Informação e integra o corpo docente da Escola de Contas de Gestão do TCE-RJ, além de ser produtora de conteúdo dos Blogs do Estratégia Concursos, OAB e Carreiras Jurídicas.

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